sábado, 8 de setembro de 2012

EU SEI!...

EU SEI!...

...um dos primeiros grandes concertos dos GNR, foi no Clube da Granja; ainda era uma cantora, que tinhamos arranjado: a Quina; pusémos um anúncio: "Precisamos vocalista; pouco importa que cante bem; o que interessa é ser boa"; e foi exactamente o que nos saiu: era boa e cantava exoticamente mal; o Clube estava a abarrotar; pessoas tentavam entrar pelas janelas; vidros a partirem-se; pessoas a ficarem feridas; e o organizador diz-nos: "Ó pá comecem a tocar senão ainda morrem pessoas; e eu, que tinha acabado de fumar uma erva opípara, caio redondo no chão; estou caído no chão e vejo todos a olharem para mim: o Alexandre Soares, o Toli, o Mano Zé, o organizador e a nossa vocalista; o organizador passa-se e mete as mãos na cabeça a dizer "Agora é que está tudo fodido"; e eu digo-lhe do chão onde tinha caído "Tenha calma que fico bom num minuto"; e eles olham para mim todos, e eu calmamente, deito uma das mãos no bolso das calças e tiro para fora um supositório (eu andava sempre com um Torekan para as tonturas), baixo as calças e meto o supositório no cu, com o Tóli a dizer "Este é que é maluco"; um minuto depois estava de pé e entramos para o concerto; o público em delírio; estamos a tocar o segundo tema, e eu vejo que o Mano Zé está com o baixo desafinado; ele estava muito fumado mas de haxixe; eu chego-me perto dele, disfarçadamente, e digo-lhe: "Mano Zé: tens o baixo desafinado"; e ele de olhos fechados e a rir-se responde-me: "Eu sei"...

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