sexta-feira, 7 de setembro de 2012

"PARIS, PARIS"

 "PARIS, PARIS"

...um dia, estavamos eu, o Jorge Lima Barreto, o Antonio Duarte, a Mané e o pintor António Palolo, no nosso estúdio Telectu; fumavamos uma erva excelente que tinhamos gamado de forma extremamente perigosa a uns dealers brasileiros; estes foram parar a uma pensão na Travessa da Quimada no edíficio do jornal "A Bola", e vivia lá o nosso mordomo Almeida; este disse-nos que tinham chegado uns dealers do Brasil e que tinham trazido duas malas; um dia que eles não estavam no quarto, eu, o Jorge e o Almeida, fomos ao quarto deles, o Jorge com uma navalha, abre uma das malas, e lá vimos: um kilo de erva, umas 10 bolas de haxe "zero, zero", e um kilo de coca; tiramos 3 bolas de haxe; para aí meio kilo de erva e umas duzentas gramas de coca pura; de repente aparecem os gajos e só dá tempo de irmos ao quarto do nosso amigo e atirarmos tudo num saco para a rua, e depois descermos a correr pelas escadas a baixo, rezando que ninguém tivesse roubado o nosso roubo; não tinham; e era essa a erva ques estavamos a fumar, quando o Jorge, já também muito bebido, propôe irmos até Sintra; e nós dissemos algo tipo: "Ó Jorge já estamos todos muito fumados"; ao que o Jorge responde: "Eu estou na maior e lúcido"; e para dar o exemplo que o estava, começou a dançar e a cantar a letra do instrumental que estava a tocar, que era um arranjo do compositor Sciarrino, do tema popular "Brasil"; e, quando chega o refrão, o Jorge canta: "Pariiiiiiiiis, Paris", em vez de "Brasiiiiil, Brasil"... Cagamo-nos todos a rir, e o Jorge dizia: "Fiz de propósito, eu"...

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