terça-feira, 4 de setembro de 2012

CHARRO ROOM SERVICE

CHARRO ROOM SERVICE

...uma vez fomos tocar a Macau - Telectu - e, mal chegamos, dirigimo-nos ao hotel, que afinal era uma linda Residência; chegamos lá estourados depois de uma viagem de mais de quase 24 horas; mal me deitei, enquanto o Jorge tomava um banho de imersão, toca o telefone; era o nosso amigo António Duarte, que nos devia ter apanhado no aeroporto em Hong Kong; e diz-me: "Onde estão vocês? Eu estou aqui em Hong Kong; venham cá ter comigo"; e nós, estourados, lá nos vestimos outra vez e metemo-nos num táxi; os taxistas não falavam nem inglês, nem português, assim, mostrávamos uns cartões com a morada em macaense; e o Jorge dá-lhe o cartão e ficamos a dormir no banco de trás; passados uns 15 minutos, eu topo que não estamos a ir para o barco que nos levaria a Hong Kong; e digo ao Jorge, e o Jorge começa a berrar com o condutor; este a ponta para o cartão que o Jorge lhe deu, e em vez do cartão dos barcos, o Jorge tinha dado o cartão do Hotel Lisboa (o Casino); lá lhe demos o cartão certo e chegamos ao barco; o Jetfoil; e lá fomos para Hong Kong; chegados ao hotel (aquele hotel com duas torres luxuosíssimo, que aparece em todos os filmes sobre Hong Kong), fomos logo para o quarto, que não era um quarto, mas sim a suíte presidencial, no último andar; viamos helicópetros a levantar e a aterrar no telhado em frente; adormeci; de manhã cedo, acordo, a cheirar-me a queimado; e penso: "Bem, estamos no último andar... Se há um incêndio, estamos fodidos; e acordo o Jorge e digo-lhe: "Cheira a queimado"; ele levanta-se e começamos a dirigir-nos para a porta; aí, o meu nariz apurado, detecta que é cheiro a erva; e eu digo ao Jorge: Mas isto é cheiro de erva e está a sair da porta do quarto ao lado do nosso": e de repente, debaixo da porta, começa a surgir um envelope; dentro do envelope estava um cartão que dizia: "Charro Room Service", e ao lado um charro de erva; rimo-nos e fumamos a erva; logo de seguida aparece o AD, e cumprimentamo-nos e rimos imenso; voltamos a Macau e fomos até ao Festival de Jazz; chegados lá ( e reparem: estávamos a mais de 10 mil kilómetros de distância de Portugal), estava o agora ilustre artista plastico Rui Calçada Bastos, que na altura teria uns 17 anos e o seu irmão; vira-se para nós e pergunta-nos: "Vocês conhecem Osso Exótico?"; e eu nem queria acreditar; os Osso Exótico era um grupo que eu tinha acabado de produzir, e que quase ninguém sabia da sua existência; e eis que ali em Macau, a 10 mil kilómetros de distância, alguém perguntava por tal grupo; lá respondi que sim; à noite tocávamos no Clube de Jazz de Macau; ia a entrar no Clube para dar o concerto, e um gajo na porta, com ar esgazeado, vira-se para mim e pergunta: "Tu és o Vítor Rua, não és?"; e eu respondi que sim; e vira-se o gajo para mim: "Tu vais tocar o Portugal na CEE?"...

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