segunda-feira, 3 de setembro de 2012

CÉSAR MONTEIRO & TONALIDADES

CÉSAR MONTEIRO & TONALIDADES

...um dia, ia eu de táxi com o Jorge Lima Barreto, e ao passarmos em frente ao Centro Amoreiras, estava a chover torrencialmente, e estava sózinho a apanhar chuva com um comprido candeeiro nas mãos, o realizador João César Monteiro; ele era nosso vizinho; e eu digo ao Jorge "Olha, está ali à chuva o César Monteiro"; e logo o Jorge "Sr. Motorista, pode parar aqui para apanharmos o nosso amigo?"; o taxista não ficou nada contente, por lhe ir entrar dentro do táxi um gajo todo molhado e com um candeeiro; lá paramos, chamei-o pela janela "Não quer vir? Damos-lhe boleia?"; e ele entrou para trás com o candeeiro: arrancamos e mal paramos no próximo semáforo, o motorista começa a olhar para o assento do banco da frente onde estava um jornal do Tal & Qual, e depois olhava para o César monteiro; para o jornal...e para o César Monteiro; fez isto várias vezes, até que pega no jornal que tinha na capa a fotografia do João César Monteiro e a legenda que dizia: "Este homem recebeu 300 mil contos para fazer um filme preto", e vira-se para o César Monteiro e pergunta-lhe: "O Senhor desculpe-me, mas é este Senhor?; o César responde que sim com ar de chateado, de quem prevê o que se segue...; e volta o motorista: "E é verdade que recebeu 300 mil contos para fazer um filme preto?"; e responde-lhe o César Monteiro zangado: "Eu não fiz um filme preto! Eu fiz um filme com várias tonalidades de negro!"; e diz o motorista batendo com a mão no jornal: "Eu vi logo !!!!.... Estes jornalistas são sempre a mesma coisa"...

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