PERSPECTIVA NA MÚSICA
...da
mesma forma que falamos em perspectiva em pintura, podemos fazê-lo em
relação ao som. Os sonoplastas e compositores americanos de música para
filmes, consideravam existir três estratos sonoros: foreground,
middleground e background. Foreground era o fulcro sonoro central de uma
cena, middleground era o contexto sonoro próximo da figura principal e
background o campo sonoro onde se realizava o todo desse plano.
Murray Schafer alterou os termos e chamou-lhes respectivamen
Murray Schafer alterou os termos e chamou-lhes respectivamen
te
de figure (onde residia o foco de interesse), ground (o contexto) e
field (o sítio onde se realiza toda a acção: soundscape). Para Murray
Schafer a "perspectiva" na música pode ser obtida através da "dinâmica".
Diz-nos Schafer:
"Quando um compositor quer que algo sobressaia, faz com que isso fique mais forte do que o resto da música" (…) "Foram os pintores do Renascimento que descobriram a perspectiva como um recurso para separar planos mais e menos importantes numa tela" (Schafer, 1992:98).
Schafer explica-nos:
“Qualquer som pode ser figure, ground ou field. Mesmo sons como sinos de igrejas, sirenes e alarmes, podem transformar-se em ground numa grande cidade por exemplo. Tudo depende da posição do ouvinte. Aqui no meu escritório onde escrevemos este texto o martelar das teclas no computador e o hummm do disco rígido são figure; um carro que estaciona à minha porta e as vozes no passeio dos meus vizinhos são ground; enquanto o ruído de tráfego (buzinas, alarmes e travagens) são field” (Leeuwen, 1999:17).
Schafer distingue ainda dois tipos de paisagens sonoras: hifi e lofi. Paisagens sonoras hifi permitem que,
“Sons discretos se ouçam a grandes distâncias por causa do volume de baixa intensidade do ruído ambiente. Pensamos numa muito calma biblioteca, onde se pode ouvir o virar de uma página de um livro a vinte e cinco metros de distância de nós. Nas paisagens sonoras lofi, por outro lado, sons individuais tornam-se pouco nítidos e obscuros (o caso de alguém no interior de um quarto com janelas duplas e que tenta ouvir uma conversa a poucos metros dele).” (Leeuwen, 1999:17).
Neste tipo de paisagem sonora perde-se a perspectiva e torna-se necessária a amplificação se queremos mesmo ouvir algo. Podemos falar assim na existência de silêncios ruidosos (o silêncio audível de uma floresta tropical). Hoje, com a tecnologia, é muito normal vermos isso acontecer nas salas de concertos. Num concerto rock, por exemplo, um cantor que sussurra ao microfone (só que exageradamente amplificado), pode sobrepor-se em dinâmica sonora a todo o resto do grupo (que pode incluir instrumentos como uma bateria, duas guitarras eléctricas, uma guitarra baixo e um sintetizador), como vimos no caso anterior da Bjork.
A perspectiva na música é intensidade e estéreo (espacialização)...
"Quando um compositor quer que algo sobressaia, faz com que isso fique mais forte do que o resto da música" (…) "Foram os pintores do Renascimento que descobriram a perspectiva como um recurso para separar planos mais e menos importantes numa tela" (Schafer, 1992:98).
Schafer explica-nos:
“Qualquer som pode ser figure, ground ou field. Mesmo sons como sinos de igrejas, sirenes e alarmes, podem transformar-se em ground numa grande cidade por exemplo. Tudo depende da posição do ouvinte. Aqui no meu escritório onde escrevemos este texto o martelar das teclas no computador e o hummm do disco rígido são figure; um carro que estaciona à minha porta e as vozes no passeio dos meus vizinhos são ground; enquanto o ruído de tráfego (buzinas, alarmes e travagens) são field” (Leeuwen, 1999:17).
Schafer distingue ainda dois tipos de paisagens sonoras: hifi e lofi. Paisagens sonoras hifi permitem que,
“Sons discretos se ouçam a grandes distâncias por causa do volume de baixa intensidade do ruído ambiente. Pensamos numa muito calma biblioteca, onde se pode ouvir o virar de uma página de um livro a vinte e cinco metros de distância de nós. Nas paisagens sonoras lofi, por outro lado, sons individuais tornam-se pouco nítidos e obscuros (o caso de alguém no interior de um quarto com janelas duplas e que tenta ouvir uma conversa a poucos metros dele).” (Leeuwen, 1999:17).
Neste tipo de paisagem sonora perde-se a perspectiva e torna-se necessária a amplificação se queremos mesmo ouvir algo. Podemos falar assim na existência de silêncios ruidosos (o silêncio audível de uma floresta tropical). Hoje, com a tecnologia, é muito normal vermos isso acontecer nas salas de concertos. Num concerto rock, por exemplo, um cantor que sussurra ao microfone (só que exageradamente amplificado), pode sobrepor-se em dinâmica sonora a todo o resto do grupo (que pode incluir instrumentos como uma bateria, duas guitarras eléctricas, uma guitarra baixo e um sintetizador), como vimos no caso anterior da Bjork.
A perspectiva na música é intensidade e estéreo (espacialização)...
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