quinta-feira, 18 de outubro de 2012

INTENCIONALIDADE

 INTENCIONALIDADE
 
 
 
Se dissemos que o silêncio audível era uma reminiscência de um som longínquo, então o ruído poderia ser interpretado como uma ampliação ou distorção do som. E, por isso – já o dissemos –, um som; um tipo de som. Logo, tal como no silêncio, existe ruído organizado e ruído não-organizado.
Quando ouvimos o som das ondas do mar, do vento, da chuva ou do trovão, estamos perante exemplos de sons não-organizados. Já o ruído de sons concretos, manipulados num sampler por um músico, é som organizado. Da mesma forma que constatamos que existem sons organizados não-humanos, existem também ruídos não-humanos organizados. Certos animais emitem ruídos, para comunicarem entre eles (sinais de perigo, alerta, desejo sexual, tristeza, alegria), que são sons organizados.
Mas vimos também que os humanos podem produzir sons, neste caso ruídos, não-organizados, por exemplo, quando inesperadamente deixamos sem querer cair um prato no chão de azulejo e este se parte. Este é um som não-organizado. Não existiu intencionalidade em produzir aquele som. Tal como o som organizado pressupunha uma intencionalidade, o mesmo se passa com o ruído organizado.

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