"Foda-se, mais a puta da Crise! Ou não é Crise?"
Levamos a toda a hora, minuto e segundo, com a palavra "crise". Somos bombardeados por frases como "travar a crise" ou "a crise na Europa" ou "sair da crise" ou "soluções para a crise" ou "o desemprego causado pela crise" e por aí adiante. Ora, o meu argumento é, que não existe nenhuma crise, nem nunca existiu! O que nós vivemos actualmente é uma guerra. Uma guerra sem armas. Mas também, uma guerra sem senhas de racionamento. É uma guerra económica. Uma guerra de poder. E, uma guerra, onde as vítimas somos nós - o Povo. Uma guerra, que surge da constatação da derrocada de um sistema (que Marx anteviu com precisão) e, antes que ele acabe ou que sejamos "obrigados" a mudar de paradigma, eles - os que detêm o poder económico e financeiro -, resolveram num último gesto de ganância, destruir-nos económica e culturalmente, humilhar-nos e dessa forma, retirarem-nos por fim, a liberdade. A liberdade que todo o ser deve ter, de ser feliz. De darmos condições de crescimento saudável às nossas crianças. De educarmos os nossos jovens, enchendo-os de variados conhecimentos. E, de terminarmos a nossa vida, com dignidade. Tudo isto nos está a ser retirado muito lentamente, mas fazendo parte de um plano muito bem organizado. Eu ainda me recordo, de ficar muito espantado, quando o euro ficou mais bem cotado no mercado do que o dólar. E de ver os EUA, a dependerem da ajuda económica da China. Depois foi o escândalo ENROM. Depois é o que já sabemos: Irlanda, Grécia, Portugal, Espanha, Itália, França e até, a própria Alemanha, entre outros. E agora que nós julgamos que estamos mesmo no fundo, não estamos! Eles dizem datas para o fim da "crise": 2015, 2020, 2025... E nós que fazemos? Votamos! Porquê? Porque é um dever cívico! E quem diz que é um dever cívico? Eles! Os que sem o nosso voto não estariam lá! Nunca se ouviu tanto falar da desconfiança do Povo com a classe política como na actualidade. E que fazemos nós? Votamos! Em quem? Neles! Neles quem? Nos que nos fodem! Nos que nos oprimem, enganam, roubam e nos tiram a dignidade e liberdade. E como votamos nós? Muito simples: uns (se estiver bom tempo), vão para a praia ou para o campo. Outros, ficam muito simplesmente em casa, a fazerem diversas coisas conforme o seu nível cultural e fazem isso, porque ou já não lhes interessa nadinha as eleições ou porque não acreditam ou confiam em nenhum partido político português. E outros, uma parte menor que esta, veste-se a rigor para ir votar ao Domingo e onde se incluem idosos mas também "engenheiros" e "doutores". Existe ainda, uma minoria, que se dá ao trabalho de voltar em branco ou mais criativo, votam no Batman, nos Beatles ou Rato Mickey. É espantosa a criatividade dos portugueses. Como também é alucinante, que desde 1975, estejamos a ser governados sempre pelos mesmos partidos. E depois da votação, vem a governação. E depois vem a contestação. E depois elegem-se os outros e vem a governação. E depois vem a contestação. E tudo isto, sempre, com o facto fantástico de, mesmo estando sempre contra eles (políticos) e essa desconfiança estar a aumentar a cada instante, o que fazemos nós? Vamos votar! Em quem? Neles! Agora: como consciencializar o nosso Povo? "Utopia", dizem-nos! "As Massas são estúpidas", dizem-nos! Mas... E se fosse possível? Se fosse possível usarmos simplicidade para gerar complexidade? Por exemplo (e por favor depois não comentem que isto é naif, pois é só um exemplo nascido quase em tempo real em que escrevo estas palavras): porque não, os portugueses unirem-se em massa e caminharem para a Assembleia, ordenadamente, sendo que à frente iam crianças e idosos. Depois mulheres ou mulheres com bébés ao colo. E finalmente homens. E entravam sem violência alguma dentro da Assembleia e metiam aquela escumalha toda dali para fora. Tudo sem qualquer acto de violência. E outra ideia "utópica", e também radical no resultado final, seria ninguém ir realmente votar! Representaria a queda deste sistema! E o fim de uma Era! Mas eu não pretendo apresentar aqui soluções. Resolvo antes, apontar um tremendo erro: o de se chamar "crise" a esta Guerra em que estamos a ser as vítimas e os vencedores são o Poder, a Corrupção, a Vigarice, a Ganãncia e depois uns seus acólitos políticos lambe-botas e apanha migalhas, encarregues de nos foderem a nós! Meditem lá nisto, por favor...
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